sábado, 23 de julho de 2011

Para Cuiabá


Este poema foi elaborado por uma aluna, Milla, ela estuda no 1º ano.
Já tem um tempo que ela me enviou, eu devia ter postado no aniversário de Cuiabá, mas com a correria, ficou para trás.
Então, antes tarde do que nunca.
Ai vai.

Cuiabá

Cidade acolhedora, viva
40º todo dia
Posso ver nas padarias
O bolo de arroz nosso de cada dia
Morenas saem nas janelas
Para ver a lua, sempre tão bela
Tuiuius esticando seus pescoços
Para espiarem em Mato Grosso
A beleza de Cuiabá
Viola de Cocho,
Aqui se toca, canta e dança
Duvido que alguém se cansa
E se cansar, não tem problema
Não há quem uma rede não tenha
Nem que seja só para a varanda enfeitar,
Aposto que, ao testar, vai querer ficar
Aos pau-rodados
Aviso, tomem cuidado,
Caso não possam muito tempo ficar
É melhor nem perto da cabeça de Pacú chegar,
Quem prova, aprova
Quem gosta, fica, não vai embora
292 anos de história,
Não é mais um número na memória,
Um dia feito pra se comemorar,
Parabéns Cuiabá!!!

sábado, 28 de maio de 2011

Humanizando a Humanidade

Você, alguma vez, já foi mal atendido por um médico?

Digamos que você está com uma tremenda dor no estômago, então senta-se à frente da mesa de um médico, ele olhando pra receita que já está quase pronta, pergunta:

- O que você tem?

Então você começa toda a descrição, ele continua olhando pro receituário, quando você termina a receita já está pronta, ele entrega em suas mãos e grita:

- PRÓXIMO!

Já se sentiu como um número?

Alguém a mais na multidão?

E quando o jornal começa a falar em desemprego, estatísticas... parece que não existimos, que somos seres contabilizados e não humanizados.

Quando alguém deixa um bebê na lata do lixo, simplesmente por não querer?

É como se fosse só um objeto descartável!

São seres humanos?

Podem até ser.

Mas sem humanidade alguma.

Quando Cristo veio à Terra, Ele não apenas fez-se humano, mas humanizou-se, sentiu piedade, amou, abraçou, acolheu, estendeu seus braços imensos de amor infinito.

Ao ver alguém sofrendo na dor, ele perguntou se era mais fácil o perdão, o aconchego, ou a cura; a pessoa apesar de sofrer de dor, reconheceu que era mais complicado o perdão, o alívio da alma.

Às vezes, esquecemos o que é prioridade.

A escola tem como prioridade o ensino.

Isto é básico.

Toda escola deve ensinar. Mas ensinar o que?

Todos os médicos, juízes, advogados, agrônomos, engenheiros, enfermeiros, professores, concurseiros, empresários... todos passaram pelo banco escolar.

Sabemos que o ensino didático da escola faz a diferença na hora do aluno ser aprovado na universidade, por isso, ao estar em sala de aula, busco preparar ao máximo o aluno para o momento da bendita prova, isto desde o primeiro ano do ensino médio (primeira série que leciono, atualmente).

Tem aluno que já disse:

- Mas prof. você só fala em ENEM!

Pois é... mas não é bem assim, eu falo em ENEM, defendo, ensino, explico, faço junto, caminho na pesquisa dos melhores métodos para resolução das questões, simulados, revistas sobre o assunto... mas reconheço que isto é só um detalhe, é só o primeiro passo para a vida adulta.

E depois que está lá na faculdade?

E depois que se formar?

Não podemos esquecer que desde a primeira série do ensino fundamental 1, o aluno é um ser humano.

Cristo, preocupado com isto, instruiu professores em livros e mais livros, pedindo para não confinarem seus alunos as quatro paredes da sala de aula.

Não formamos robôs, seres que devem pensar didaticamente e ganhar dinheiro pra retribuir o investimento do papai e da mamãe.

Formamos pessoas, seres humanos, que estarão em contato com outros seres humanos.

Estar humano é fácil, é praticamente ter um pouco de criatividade e um tantinho de raciocínio.

Mas SER humano, digo no conceito verbal do infinitivo mesmo! O SER humano, de sempre estar nesta condição, de humano! Ah! Isso não é pra todos, não é pra qualquer escola (perdão às outras... rsrsrs)

Ser humano é primeiro aconchegar para depois conversar.

É ser aquele profissional, que ao sair de sua presença você irá meditar na tamanha capacidade que vai além do dever.

É o médico que olha nos olhos, que quer saber como o paciente está e que deixa o número do telefone e também atende as ligações na madrugada, com um tom suave, como se estivesse sempre pronto à servir.

É o professor que permite que o aluno não faça a prova por estar com um problema sério em casa, e depois vai em outro turno, pra ajudar, servir, aconselhar, ensinar, ser útil, ser servo do próximo.

É o advogado que prioriza a verdade e não se corrompe, faz de seus princípios sua balança orçamental.

É o engenheiro que é justo nos valores, nos materiais, no contato com o subordinado mais simples.

É todo ser que tem prazer em servir, já que é esta a ordem dada a todo ser vivente, descendente do Salvador, foi só isto que Ele fez aqui: servir e servir!

E pra provar que ensinar vai além das quatro paredes de uma sala de aula, fomos humanizar um pouco mais a humanidade.

Local escolhido: Shopping Pantanal.

Os alunos, em massa, escolheram o lugar, por já se tratar de um ambiente aconchegante, onde eles vão pra passear com amigos e família. E fomos tão bem recebidos pela administração, desde o início mostrando o diferencial de uma empresa, que se preocupa com todos. Obrigada a todos da administração, relações humanas, marketing... principalmente, à Michele.

E ao apresentar a ideia aos alunos, nossa, sem palavras!

Todos queriam participar.

No início o projeto era só pra 20 alunos, mas foi impossível manter este cálculo, mais de 40 do CPA, e mais de 20 do Centro América, todos queriam ir!

A direção, coordenação, orientação... todos apoiaram, abraçaram a ideia, correram atrás de recursos, como os mais de 500 livros doados.

Por fim, na noite de quarta-feira, dia 25/05, com um grupo de mais de 70 pessoas (entre adultos e adolescentes), as 18 horas, estávamos apostos para distribuir abraços e livros (Ainda resta Esperança).

Foi lindo de ver, alunos que mal conversam em sala de aula, tímidos ao extremo, agora abraçavam estranhos, distribuíam sorrisos, mostrando que foram contaminados pela AÇÃO de fazer o bem a todos, nem que fosse por uma só noite.

Muitos chegavam até nós pedindo para comprar o livro e ao saberem que era grátis, mostravam espanto, depois sorriam e recebiam o livro e o abraço.

É verdade que tivemos uns poucos casos, no máximo 15 pessoas que não quiseram o abraço.

Talvez por pressa, por não querer amassar a roupa ao se abaixar e receber um abraço... mas principalmente, porque o ser humano tem esquecido do valor do contato humano, que somos todos filhos do mesmo Pai, somos semelhantes.

Mas estes poucos, foram respeitados e receberam um sorriso, e um “boa noite”.

Aos outros muitos, muitos mesmo... que de maneira aberta, tímida, rápida, demorada, calorosa, distante... e tantas outras formas de abraçar e ser abraçado, nosso muito obrigado!

Foi bom demais, já estamos com aquele gostinho de “quero mais”, e com certeza, acredito que haverá mais, muito mais!

Sempre é tempo de formar humanos, humanizados pela arte de amar ao próximo, seja ele quem for!

Professora Franciellen, mãe, amiga, eu... só isso! =)

sábado, 30 de abril de 2011

Vivendo e experimentando Literatura.









No dia 26/04, alunos do Ensino Médio do Colégio Adventista do CPA, foram até o Sesc Arsenal conhecer um pouco mais sobre literatura.

Com o grupo Triêro, puderam aprender sobre a literatura de Cordel, sua tradição e raízes que originaram-se no Trovadorismo, onde grupos de cantores reuniam-se para divulgar seus escritos com uso de instrumentos musicais.

Chegando ao Brasil, esse estilo literário encontrou raízes junto a um povo acostumado a terra seca e as dificuldades, criando rimas de maneira praticamente perfeita, tendo como pano de fundo a realidade, o sarcasmo da vida, as dificuldades encontradas, tudo isso era assunto para uma bela poesia cantada ao som de uma viola, uma flauta de bambu e um pandeiro de couro. Os poemas eram vendidos nas feiras, amarrados em um cordão (daí a origem do nome ‘cordel’), junto aos vendedores de pepino, tomate, chuchu e tudo mais, lá estavam os artistas de cordel, vendendo seus livretos, recheados de histórias de um povo.



Ter esta literatura ensinada por meio de profissionais que vivenciam o que cantam, não tem preço. (Para ver mais deste grupo, no site: www.triero.wordpress.com)

Outras oficinas foram visitadas, como a biblioteca de artes cênicas, o cinema literário com o vídeo ‘Vida de Maria’ e por fim, receberam um pouco da experiência do escritor Luiz Carlos Ribeiro, autor do livro “A mala de Fugir” e outros contos, participando com ele de uma boa conversa realizada no espaço teatral do Sesc.












Então no dia 28/04 retornei, agora com os alunos do Ensino

Médio da Escola Adventista Centro América.
Visitamos praticamente os mesmo espaços, vimos a literatura de Cordel, cinema, sala de música e literatura, oficina de rimas com o artista Vinícius Rangel e terminamos, no melhor estilo, recebendo um pouco da sabedoria da escritora Fanny Abramovich.



Primeiro que nosso programa não incluía a visita

até Fanny, ela estaria atendendo

mais de 300 crianças nesta tarde e não tinha mais vaga alguma para nosso pequeno grupo de jovens, 12 alunos, mas já no final, quando visitávamos a biblioteca viajante do Sesc, uma das organizadoras do evento chegou e nos disse que teríamos alguns minutos com Fanny, minutos estes que na presença desta pessoa maravilhosa, tornaram-se em mais de uma hora de conversa jovial.

Fanny Abramovich é escritora de mais de 46 livros

, formou-se na USP, foi professora de crianças, jovens e adultos, lecionou por todo o Brasil, também trabalhou com teatro-educação, foi jornalista, fazia crítica a livros infantis e juvenis, trabalhou na Globo e na TV Cultura, colaborou com vários jornais e revistas, escreveu obras como: Quem educa quem?, O professor não duvida? Duvida!, Quem manda em mim sou eu, As voltas do meu coração, Que raio de professora sou eu?. Os infantis, como: Também quero pra mim, Sai para lá dedo-duro e Olhos vermelhos.

E os alunos, sentando-se aos pés desta escritora, conversaram, brincaram, riram e muito, muito aprenderam! Eram todos jovens, independente de idade, aprendendo com uma jovem que já muito viveu e tem o coração mais jovem do que o meu!

É ela o retrato vivo da literatura contemporânea, com uma irreverência rara, ponto de vista bem decidido e dito sem medo do que pensem, um vocabulário rico, conhecedora de muitos autores, devoradora de livros e mais livros, daquelas que como ela mesma disse “ao arrumar a mala, coloca primeiro três livros e só depois as calcinhas...”, que não aceita colocar ponto final em nada, tudo é acrescido de reticências e mais reticências, como professora declara que jamais terá um ponto final. Leitora do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, declara-se uma Emília, jamais um Visconde, aqueles que leem em busca de documentos, de diplomas, de títulos... ela quer a liberdade de escolha, a viagem por letras e idiomas diversos, ninguém que lhe cite regras, pois a leitura, a literatura, tem como pseudônimo a liberdade e do pouco que li na pessoa de Fanny Abramovich, liberdade é seu sobrenome!

Ter tido o privilégio de conhecê-la e depois apresentá-la a um grupo de alunos, com certeza, é experiência que jamais esquecerei!

Compartilhando de um cenário incrível e ótimas literaturas, foi uma tarde agradável, onde não apenas pudemos ler literatura, mas tocamos, ouvimos, vemos e aprendemos da melhor maneira sobre a arte de ler e ser lido na vida!

Algumas dicas de literatura, repassada pela própria Fanny Abramovich:

O Apanhador no Campo de Centeio. - de Salinger

O Remédio Maravilhoso de Jorge - de Roald Dahl

E para os menores, como literatura Infanto-Juvenil:

- As casas que fugiram de casa. - Silvia Orthof.. e todos os outros da mesma autora.

E não deixando de lembrar, são sempre recomendados os de Fanny Abramovich, como:

- Três Desejos tão desejados.

- Espelho, Espelho meu.

- As voltas do meu coração.

- Que raio de professora sou eu.

E tantos, tantos outros... é só buscar que livros ótimos aparecerão.