quinta-feira, 27 de maio de 2010

Obrigada Papai



Durante quase quatro anos fiquei distante dos livros alternativos, ou seja, de histórias mais agradáveis e menos didáticas. Ligada à faculdade e depois à pós-graduação, tempo me faltava, letras sobravam, e nada de ler algo por prazer.
Até que de umas semanas para cá, decidi ler algo prazeroso a todo custo.
Estou tentando ler “A Cabana”, leio no ônibus, indo pra escola do Centro, leio no banheiro (é bom ler sentada no vaso), leio nos curtos intervalos de uma aula e outra.
Estou lendo com calma, sem interesse de engolir as palavras, é como se deliciasse, comendo um doce aos poucos.
Sabe quando sua mãe faz um monte de doce de leite e te oferece uma colheradinha? Então você lambe aos poucos, de olho no pote grande de doce, mas sabendo que só tem direito aquela colherzinha.
O livro é fantástico, imenso e rico... mas o tempo é curto, como a pequena colher com doce, então saboreio o enredo, retorno e releio alguma expressão interessante, até grifo o que me agrada.
Mas nem vinha aqui falar de como estou saboreando o livro, queria mesmo é dizer sobre “O livro”.
Identifiquei-me com Nan, a personagem que chama Deus de Papai, desde muito tempo, nem me lembro quando, é que O chamo de PAI, PAPAI ou PAIZINHO.
A dor de uma perca, a aproximação do PAI, o conquistar novamente a confiança NELE.
Identifiquei-me com tudo isso.
Hoje, no ônibus, segurei as lágrimas durante alguns parágrafos, a ideia de Deus tão perto, da amizade que Ele oferece, do amor sem limites, é mesmo fantástica!
Tudo isso tenho experimentado ao longo dos anos, cultivar esse relacionamento tem sido maravilhoso.
Há um trecho que PAPAI diz pra Mack:
- Sou muito mais que isso, sou acima e além de tudo o que você possa perguntar ou pensar.

Entender a complexidade de Deus é mesmo maravilhoso. Jogo-me nesse amor sem limites e não busco compreender, tento aceitar por inteiro.

Em outro momento, PAPAI explica:
- Amor é o relacionamento. Todo amor e relacionamento só são possíveis para vocês porque já existem dentro de Mim, dentro do próprio Deus. O amor não é a limitação. O amor é o voo. Eu sou o amor.

E este capítulo termina de maneira gloriosa, quando Mack, olhando para as marcas dos cravos nas mãos de Deus, lamenta pelo sacrifício na cruz, diz que sente muito por Jesus ter morrido. PAPAI olha com amor e responde:
- Filho, obrigado por lamentar, mas EU não lamento.

E por mais ficção que seja a história, eu conheço na realidade o PAPAI de amor! E sei, é maravilhoso ler o que penso, sei que ELE não lamenta o sacrifício, pois foi por este meio que tenho a esperança de viver eternamente com quem é o verbo, AMOR!

Obrigada, PAPAI.