Escolher um assunto específico para escrever hoje, está sendo complicado.
Tanta coisa tem me permeado a mente, desde recordações antigas, da infância, até mesmo o que realizei durante este ano que já está acabando.
Falando sobre recordações, isto se dá ao fato de eu estar agora aqui, em Cuiabá, onde vivi dos 4 até os 11 anos (aproximadamente).
Lembro-me que passava as férias brincando de boneca, que pouco saia de casa, mas minha mãe sempre permitia que as coleguinhas viessem brincar comigo.
Minha irmã não gostava, as bonecas dela estavam sempre em estado impecável de conservação, isto quando estavam fora da caixa.
As minhas não, estavam com os braços moles, de tanto que eu tirava e colocava roupinhas, com a cabeça meio pendendo de um lado para o outro, isto devido ao fato de eu conversar constantemente com elas, virava o pescoço delas de um lado para o outro, para que elas pudessem “olhar” na direção em que eu falava.
É, criança tem cada coisa, e nunca me declarei 100% normal. ehehehe
Sábado, conversando com a Keka (Erica), lembrávamos destas coisas, das vezes que arrumávamos as bonecas e saiamos pelas ruas ao redor da nossa casa.
Teve outro sábado, que inventamos de andar de bicicleta, lembro que cai ao passar com o pneu próximo ao meio fio, o choro nem foi pelos ralados, mas por lembrar do quanto eu era (sou) desastrada, pois estava arranhando o joelho que estava ainda sarando de outro tombo.
Fazer o que?
Tenho hoje o joelho ainda com pequenos risquinhos, marcas das aventuras que vivi.
Minha irmã, passava as férias, os dias e parte das noites, encima de um pé de goiaba, amarrava nele um banco velho de moto, onde podia facilmente se recostar, nos galhos pendurava sacola com frutas e muitos, muitos livros, eu ficava entediada só de olhar ela lendo, mas minha mãe tanto elogiava, que eu também queria elogios.
Graças a minha “maninha” (como a chamava), adquiri o gosto pela leitura, vendo-a ler, comecei a buscar o mesmo, já que ela não gostava tanto de patins e boneca, procurei ter a companhia dela, nem que fosse no silêncio da leitura, encostada perto de um galho, também com livros, embora mais finos e com mais gravuras.
Descobri a grande Ruth Rocha, NOSSA!!! Foi minha primeira escritora preferida, depois veio à série Vaga-lume, o que é aquilo? FANTÁSTICO!!!
Mas sobrava tempo para o patins, foi assim que quebrei pela primeira vez o braço, desta vez o esquerdo.
A rua da antiga casa, era plana e morta, não tinha saída, de forma que não havia grandes movimentos de carros.
Podia correr de um lado para outro, quando minha mãe deixava, claro.
E ainda tínhamos a turma que brincava com os “bebezões”, aquelas bonecas grandes da “Estrela”, que mais pareciam bebês.
Lembro das festinhas, com bolinho de terra.
Depois evolui muito, passei a queimar panelinhas enquanto tostava açúcar e folhas da árvore que dava “azedinho”, como era bom comer daquelas folhas.
Aos sábados, fazia a escola sabatina para meu público, empilhava todas as bonecas e pequenos ursos, lia a lição, cantava os corinhos, enquanto meus pais provavelmente oravam no quarto para que eu fizesse mais silêncio e eles pudessem dormir.
E a Fabiana? Ah! A espertinha trancava-se no quarto com sua mala de gibis (histórias em quadrinhos), dali nem se ouvia respiração, realmente, assumo, a barulhenta era eu!
Lembro dos poucos domingos em que meu pai tinha folga do trabalho, então íamos até o zoológico, ou ao “Praia Clube”, uma espécie de clube, ou parque aquático.
É... o tempo passa, as lembranças ficam.
Domingo pude ver isto, o conjunto que cantei, o Pequeninas Jóias, agora com novos membros, fez seu aniversário, um recital muito lindo!
Quem são os componentes?
Na maioria, os filhos dos antigos coristas.
Tive a alegria de ver o Murilo participando, fez-se de pequeno Samuel.
São ai mais ou menos 19 anos deste conjunto infantil.
Saudades imensas da “tia Lúcia”, que ensaiava a meninada, soube que semana passada foi a formatura da filha mais nova dela, que foi minha amiguinha na infância, formou-se ela em medicina.
Que coisa!
Estou velha!
Depois deste monólogo imenso, só basta dizer que o melhor, é viver o HOJE, com ele construímos o futuro, mas que deste hoje, fazemos o passado, que com certeza, influencia o dia de amanhã.
Vivamos bem o dia que temos, para que as recordações sejam boas, e as esperanças futuras, melhores ainda!
3 comentários:
Essas saudades da infância são tão profundas que a gente suspira até pelos tombos. rsrsrs
Bjooooooooooooooo
Pois é.. eu tenho saudades também!
Como você consegue ser tão perfeita com as palavras? parece que o tempo voltou e estavamos queimando panelinhas e cantando no pequeninas, ai que saudade....
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